SINOPSE


Com este livro os autores pretendem trazer para a reflexão e o debate a condição do professor, sublinhando o desenvolvimento profissional enquanto prática social e a importância da aprendizagem inter-pares para a transformação das práticas profissionais, assumindo a investigação-acção um papel valioso na construção de conhecimento prático relevante.
São abordados importantes obstáculos a este caminho de desenvolvimento profissional e de práticas pedagógicas de qualidade, entre eles, a mobilidade compulsiva dos professores promovida pelo sistema nacional de colocações e os contextos burocráticos que limitam a intervenção pedagógica dos docentes, ao mesmo tempo que promovem o medo de tomar decisões diferentes das superiormente decididas, convidam à não-acção e promovem um desempenho burocrático da docência.
É problematizada a condição docente, que comporta várias concepções do que é ser professor, concepções essas que originam várias perspectivas acerca do que deve ser a carreira dos professores e do que deve ser a avaliação do desempenho docente, sendo que todas afirmam o “profissionalismo” dos professores, mas divergem no que respeita à diferenciação profissional e alimentam diferentes respostas para a organização da escola e a regulação do exercício da docência.
O modelo de avaliação de desempenho para que remete o novo regime aprovado pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, e que associa duas modalidades de avaliação, a formativa e a sumativa, com propósitos distintos – o desenvolvimento profissional dos professores e a gestão das suas carreiras profissionais – é aqui analisado, sendo problematizados os seus aspectos mais marcantes à luz de uma perspectiva da docência como actividade complexa, da escola como organização aprendente e da supervisão pedagógica como factor de desenvolvimento profissional.